sábado, 21 de novembro de 2015

7 - PADRÕES DE CONCORRÊNCIA


A pressão competitiva gerada pelo crescimento das margens de lucro das empresas mais lucrativas eventualmente se coloca com a capacidade produtiva instalada. Pode resultar daí um processo de absorção das parcelas de mercado rivais, ou a busca de novos mercados, ou a diminuição do grau de utilização da capacidade aquém do nível desejado especificamente em caso de oligopólio concentrado.
A indústria do cimento se enquadra na estrutura industrial de oligopólio concentrado, uma vez que se tem o produto relativamente homogêneo, com elevada concentração experimentando economias de escala técnica, ou seja, P&D direcionado para a redução de custos de produção – inovação de processo. As barreiras a entrada nesse mercado são no âmbito tecnológico.

OLIGOPÓLIO

É a prática de mercado em que a oferta de um produto ou serviço, que tem vários compradores, é controlada por pequeno grupo de vendedores. Neste caso, as empresas tornam-se interdependentes e guiam suas políticas de produção de acordo com a política das demais empresas por saberem que, em setores de pouca concorrência, a alteração de preço ou qualidade de um afeta diretamente os demais. O oligopólio força uma batalha diplomática ou uma competição em estratégia. O objetivo é antecipar-se ao movimento do adversário para combatê-lo de forma mais eficaz. O preço tende a variar no nível mais alto. Podem ser citados como exemplos de setores oligopolizados no Brasil o automobilístico e o de Cimento.



Grande parte do mercado brasileiro de cimentos é liderado por poucas empresas, caracterizando uma situação em que empresas que queiram ingressar nesse mercado encontram barreiras à entrada, geralmente tecnológicas. 









http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2011-11-10/cartel-de-cimento-dominava-90-do-mercado-aponta-ministerio-da-justica


6 - Fusões

 Holcim e Lafarge fecham fusão para criar gigante do cimento. Acordo cria a maior fabricante de cimento do mundo, com vendas combinadas de 44 bilhões de dólares. O grupo estará presente em 90 países, com os mercados emergentes como a América Latina e África representando por 60 por cento das vendas, mas com nenhum país, individualmente, respondendo por mais de 10 por cento. A fusão dos dois grupos criará a terceira maior produtora de cimento do Brasil. Gráfico sem considerar a fusão da Lafarge e Holcim.

maiores mundo
Dá-se o nome de fusão à combinação de duas ou mais empresas, mantendo a empresa resultante a identidade de um a delas. Matias, Barretto e Gorgati (1996) apresentam três tipos de fusões: horizontal, vertical e de conglomerados.
A primeira - horizontal - ocorre quando as empresas que se fundem operam no mesmo ramo de atividade e, geralmente, são concorrentes diretas. 
A fusão vertical ocorre quando a empresa se funde a outra que está “a montante”, “para trás” (upstream), ou “a jusante”, “para frente” (dowstream) na cadeia produtiva. Essa operação também pode ser caracterizada como uma diversificação vertical. Vale acrescentar que esse processo posiciona a empresa nas mais diversas etapas de elaboração do produto: tanto em uma etapa em que se adiciona um pequeno valor a ele, quanto em etapas em que o acréscimo é mais substancial, como também em atividades não estritamente industriais – distribuição, comercialização, assistência pós-venda, entre outras. (BRITTO, 2002).


A terceira fusão é a de conglomerados e ocorre quando as empresas que se fundem atuam em negócios diferentes, podendo ser considerada uma diversificação. Essa forma de fusão, para Matias, Barretto e Gorgati (1996), pode ser classificada em três tipos: a) extensão de produto - ocorre com a ampliação das linhas de produtos, que atuam no mesmo negócio e as atividades estão relacionadas entre si, podendo ser caracterizadas, segundo Britto (2002), também como um processo de diversificação concêntrica de que trata o BNDES no Quadro 1; b) extensão geográfica de mercados - fusão que ocorre entre empresas que atuam em locais geograficamente diferentes, mas que podem ser complementares e, para tal, o produto deve ser substituto; c) conglomerado puro - fusões entre empresas que não apresentam negócios relacionados. Britto (2002) identifica uma forma de diversificação em conglomerado em que a empresa passa a atuar em atividades com baixos níveis de sinergia ou quase nenhuma relação, e essa diversificação pode-se dar, também, pela F&A.


economia.ig.com.br/empresas/indústria

5 - Internacionalização na indústria do cimento

O sentido de "internacionalização produtiva" em questão não se restringe, portanto, à exportação de bens produzidos em plantas nacionais. Refere-se a uma categoria mais avançada, que envolve compra e/ou criação de atividade produtiva no exterior por meio de investimento direto. A partir desse mecanismo, a firma associa suas operações a mercados de outros países e regiões, passando a atuar de forma internacionalizada. O investimento direto estrangeiro concretiza-se de diversas formas, tais como representações comerciais e plataformas logísticas no exterior, construção de plantas industriais em outros países (greenfield investment) e aquisição de ativos de empresas estrangeiras. Desse modo, uma firma internacionalizada integra-se à economia global e concorre nos mercados internacionais. Ela adapta-se, em nível global, a padrões estratégicos e operacionais existentes em sua área de atuação. Transforma-se em empresa transnacional (ETN), ganhando poder de mercado, capacidade de concorrer internacionalmente e importância econômica 



Em 2001 o grupo passou por diversas mudanças em que a principal delas foi a internacionalização do grupo, a exemplo de outros conglomerados familiares nacionais, como a Odebrecht, a Camargo Corrêa e, mais recentemente, a holding J&F, da família Batista, dona do frigorífico JBS.
gr_478915520573165


Do total da produção nacional, cerca de 30% são produzidos por grupos estrangeiros, com destaque para o grupo português Cimpor, o suíço Holcim e o francês Lafarge, maior produtor mundial de cimento. Uma das características mais relevantes do mercado de cimento brasileiro é a reduzida importância do comércio internacional. As exportações de cimento, por sua vez, atingiram 295 mil toneladas, representando 0,8% da produção nacional em 2002, e se destinaram principalmente ao Paraguai (34%), à Bolívia, (27%) e aos Estados Unidos (19%). Como resultado desse processo, houve a consolidação da posição do Grupo Votorantin como líder nacional, com o grupo adquirindo no período, as cimenteiras Ribeirão Grande, Rio Branco e Itambé. Houve ainda o avanço da participação de grupos estrangeiros no mercado doméstico: o Grupo Lafarge, maior produtor mundial, adquiriu o controle das empresas Cimentos Maringá Matsufur, Holcim, Cimentos Paraíso e Barroso e o grupo português Cimpor incorporou a cimenteira Serrana (Andrade, Cunha e Silva, 2002). Outra tendência observada é a recente busca pela internacionalização dos grandes grupos brasileiros. Nesse sentido, além do grupo Camargo Corrêa Cimentos, a Votorantim passou a produzir cimento em solo americano e canadense. O grupo comprou uma planta na Flórida, num investimento de cerca de US$ 100 milhões, com produção estimada de 800 mil toneladas por ano. Em 2001, o Grupo Votorantim também adquiriu uma fábrica de cimento em Ontário, no Canadá (St. MarysCement), visando à exportação para os Estados Unidos, num primeiro momento, e o embarque para os países da costa africana (CUNHA e FERNANDEZ, 2003).