sábado, 21 de novembro de 2015

5 - Internacionalização na indústria do cimento

O sentido de "internacionalização produtiva" em questão não se restringe, portanto, à exportação de bens produzidos em plantas nacionais. Refere-se a uma categoria mais avançada, que envolve compra e/ou criação de atividade produtiva no exterior por meio de investimento direto. A partir desse mecanismo, a firma associa suas operações a mercados de outros países e regiões, passando a atuar de forma internacionalizada. O investimento direto estrangeiro concretiza-se de diversas formas, tais como representações comerciais e plataformas logísticas no exterior, construção de plantas industriais em outros países (greenfield investment) e aquisição de ativos de empresas estrangeiras. Desse modo, uma firma internacionalizada integra-se à economia global e concorre nos mercados internacionais. Ela adapta-se, em nível global, a padrões estratégicos e operacionais existentes em sua área de atuação. Transforma-se em empresa transnacional (ETN), ganhando poder de mercado, capacidade de concorrer internacionalmente e importância econômica 



Em 2001 o grupo passou por diversas mudanças em que a principal delas foi a internacionalização do grupo, a exemplo de outros conglomerados familiares nacionais, como a Odebrecht, a Camargo Corrêa e, mais recentemente, a holding J&F, da família Batista, dona do frigorífico JBS.
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Do total da produção nacional, cerca de 30% são produzidos por grupos estrangeiros, com destaque para o grupo português Cimpor, o suíço Holcim e o francês Lafarge, maior produtor mundial de cimento. Uma das características mais relevantes do mercado de cimento brasileiro é a reduzida importância do comércio internacional. As exportações de cimento, por sua vez, atingiram 295 mil toneladas, representando 0,8% da produção nacional em 2002, e se destinaram principalmente ao Paraguai (34%), à Bolívia, (27%) e aos Estados Unidos (19%). Como resultado desse processo, houve a consolidação da posição do Grupo Votorantin como líder nacional, com o grupo adquirindo no período, as cimenteiras Ribeirão Grande, Rio Branco e Itambé. Houve ainda o avanço da participação de grupos estrangeiros no mercado doméstico: o Grupo Lafarge, maior produtor mundial, adquiriu o controle das empresas Cimentos Maringá Matsufur, Holcim, Cimentos Paraíso e Barroso e o grupo português Cimpor incorporou a cimenteira Serrana (Andrade, Cunha e Silva, 2002). Outra tendência observada é a recente busca pela internacionalização dos grandes grupos brasileiros. Nesse sentido, além do grupo Camargo Corrêa Cimentos, a Votorantim passou a produzir cimento em solo americano e canadense. O grupo comprou uma planta na Flórida, num investimento de cerca de US$ 100 milhões, com produção estimada de 800 mil toneladas por ano. Em 2001, o Grupo Votorantim também adquiriu uma fábrica de cimento em Ontário, no Canadá (St. MarysCement), visando à exportação para os Estados Unidos, num primeiro momento, e o embarque para os países da costa africana (CUNHA e FERNANDEZ, 2003).








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