sábado, 24 de outubro de 2015

2 - Alguns marcos na história...


A Industria de cimento no Brasil surgiu quase que paralela a industria têxtil, e no ano de 1897 se deu a instalação da primeira fábrica de cimento no país, situada no estado de são paulo, a Usina Rodovalho. Usina esta, que acabou por trocar de mãos ao longo dos anos, e apresentava um caso de carreamento espontâneo de capitais de outros setores com serviços ociosos
Para a consolidação da industria de cimento haviam alguns obstáculos como:

  • O nível da dependência da presença das matérias primas, como calcário e argila, nas redondezas da fábrica;
  • As principais reservas eram longe dos consumidores principais;
  • No século XX o transporte ainda era pouco desenvolvidos logo os custos para o deslocamento do produto eram muito elevados.
A instalação industrial definitiva ocorreu somente em 1920 com a entrada da Companhia Brasileira de Cimento de Portland, CBCP, que possuía um controle acionário em sua grande parte canadense e com uma minoria de capitais nacionais. Sua instalação compõe um marco na história do ramo do país, já que até então todo o cimento consumido era importado por conta dos custos de instalação e mercado consumidor reduzido. Podemos dizer que a consolidação de fato se deu na década de 30, momento em que pela primeira vez se via o Brasil como auto-suficiente no ramo como CBCP, CNCP, e Votarantim controlando o mercado interno.
Podemos destacar algumas razões para o fortalecimento da industria no momento:

  • Urbanização e crescimento do mercado interno;
  • Entrada de capital e tecnologia estrangeira;
  • Investimento carreados de outros ramos do país;
  • Apoio socioeconômico gerado pela cultura do café a inúmeros negócios ligados a atividade primária.
Após a segunda guerra mundial o Brasil deu um salto em desenvolvimento industrial e infraestrutura, assim mudando definitivamente a face do país, deixando de ser nação eminentemente rural e agrária para ser uma sociedade urbana e industrial.
Os anos 60 não foram muito fáceis para o Brasil e sua economia, quanto mais para a industria de cimento por conta da crise e só veio a mudar no final da década sendo seguida pelo milagre econômico em 70; este vindo com o estímulo gigantesco para aumentar a capacidade produtiva e espalhar unidades pelo país , porém mais uma vez encontrou um obstáculo em seu caminho com a crise do petróleo.
Década de 80, época de recessão mundial, queda dos investimentos e de pouquíssima atividade civil até a chegada do plano real, que trouxe estabilização aumento do poder aquisitivo da população e impulsionou o mercado de cimento novamente para o topo.
A partir de 2004 a construção civil apresentou outro forte crescimento, contando com o marco regulatório da construção civil, o incentivo à construção imobiliária, crescimento de massa salarial, expansão do crédito, redução do juros entre outros.

Abaixo um gráfico que demonstra o comportamento do consumo de cimento ao longo de alguns períodos:


Mas e hoje?

Infelizmente mais uma vez é um período difícil para a industria. Além de problemas como a inflação atual e ajustes crescentes na taxa de juros, a industria demonstra uma queda na produção e no momento ocorre uma ação do Conselho de Administração e Defesa Econômica contra as grandes cimenteiras, devido a combinação de preços e violação da lei antitruste. Se a ação for bem sucedida isso irá fazer com que a industria Votarantim pague U$672 milhões; a Cimpor U$133 milhões; a Intercement Brasil U$ 108 milhões; a Itabira U$ 184 milhões; a Holcim U$227 milhões; e a Itambé U$ 40 milhões (Empresas essas que representam 75% do mercado brasileiro de cimento e concreto).



Fontes:

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Interessante ver no gráfico como os altos investimentos em construção civil(principalmente em politicas de habitação social)feitos pelo governo passado alavancaram o setor entre os anos de 2005 e 2011. Infelizmente a crise chegou para todos , inclusive para esse setor.

    ResponderExcluir