sexta-feira, 30 de outubro de 2015

4 - A Indústria...



Características

Bom, como sabemos o cimento é um produto de baixa substitutibilidade presente em todo tipo de construção e é o componente básico do concreto que é o material mais conhecido no planeta depois da água. Produto é homogêneo e com processo produtivo em evolução visando maior produtividade e redução dos custos. Mas quero destacar que por ser cimento as vezes pensamos que cimento é sempre igual, mas na verdade isso não é uma verdade absoluta, já que temos tipos diferentes de cimento de acordo com sua composição e sua finalidade. Temos:

  • Cimento "Portland" comum = Que contém o clínquer e adição de gipsita (Gêsso). Costuma ser usado em construções civis leves;
  • Cimento "Portland" Alto-Forno = Adição de 35% a 70%de escória granulada dos altos fornos das siderúrgicas. Utilizado em construções hidráulicas como portos;
  • Cimento "Portland" pozolânico = Obtido adicionando-se 6%a 14% de cinzas volantes resultantes da queima de carvão em usinas termoelétricas. Usado em construções hidráulicas e oferecendo maior resistência;
  • Cimento "Portland" branco = É utilizado para revestimento.

Não podemos falar de mercado sem falar também de Barreiras à Entrada, que seriam os fatores que impedem/tornam difícil a uma organização entrar e atuar num determinado mercado. As barreiras no mercado de cimento seriam:

  • Elevada escala de produção;
  • Acesso restrito à matéria prima;
  • Elevado custo de transporte;
  • Não há substitutos diretos;
  • Não há concorrência com importados;

Temos como característica da indústria de operar sempre em grandes escalas produtivas ( A escala mínima nas unidades industriais por volta de 2012 era em torno de 1 milhão de toneladas/Ano de capacidade instalada, com investimento de 200 a 300 milhões de dólares) e com grandes níveis de capacidade ociosa, além é claro do nível de especificidade de cada processo produtivo que acaba por exigir mão de obra altamente especializada. Outra de suas principais características é o fato de apresentar um caso de oligopólio natural por conta da existência de consideráveis barreiras a entrada e à saída da industria, por ser produto homogêneo e por ser altamente intensiva em capital, ficando restrito o mercado.
A indústria de cimento enfrenta alguns dos maiores desafios de logística por conta de o produto ser consumido o ano inteiro sem interrupções, o fato de ser ou ensacado ou vendido a granel ocupar muito espaço considerando o baixo valor e necessitar de estocagem em condições especiais já que é perecível, além de ser bastante onerado pelo transporte, sofrendo o impacto com os aumentos de combustíveis e outros derivados do petróleo; e também em caso de se ocorrer um aumento da demanda isso exigiria uma ampliação de toda a cadeia produtiva.
A indústria de cimento é considerada eletro intensiva pois mais da metade de seus custos são com energia.


O Mercado de cimento no Brasil atualmente é composto por 22 grupos de cimenteiras nacionais e estrangeiras, com 95 plantas produzindo, espalhadas pelas cinco regiões do Brasil. A capacidade instalada anunciada do país é cerca de 82 milhões de toneladas ao ano e estima-se que tenha ultrapassado os 96 milhões ao ano e pode chegar a 100 milhões até o final de 2016.
A seguir iremos mostrar dados sobre as plantas cimenteiras por grupo no Brasil adquiridos em cimento.org:

Nesta podemos ver os grupos com as maiores plantas cimenteiras no Brasil e destacamos que das 95 destas plantas 62 pertencem a apenas 4 dos grupos (Votorantim, Intercement, Nassau, Lafarge).


Impostos

"Os impostos diretos incidentes na comercialização de cimento são ICMS normal, ICMS por substituição tributária, PIS, COFINS, e considerando as vendas para distintos tipos de consumidores com e sem substituição tributária, correspondem ao total de 29,7% do total do preço do produto."


"Se analisarmos a carga tributária total, incluindo os impostos, taxas e contribuições federais, estaduais e municipais, destacados nos documentos, de aquisição de insumos, consumo e despesas gerais que fazem parte da estrutura de custo do cimento, a participação total dos tributos pode chegar até 39%."


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Consumidor Formiga


Consumidor formiga é o nome utilizado para referir a pessoas ou famílias que adquirem cimento diretamente para realizar uma obra, reformar a casa independente de sua renda. Em pesquisa feita pelo IBGE, a POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), foi mostrado que o nordeste possui a maior participação do consumidor individual no consumo aparente de cimento enquanto o centro-oeste demonstra menor participação, o que demonstra um maior grau de formalização nas construções da região. Em pesquisa foi dito que domicílios com renda inferior a 5 salários mínimos compraram cerca de 8,3% do cimento consumido no país, enquanto que famílias com renda superior a 5 salários mínimos 9,9% do consumo total. Os domicílios com renda inferior a 5 salários mínimos, que correspondem a 61,3% do total dos domicílios pesquisados, figuraram apenas 45,5% do consumo formiga, demonstrando que em termos per capita os de maior renda consomem 90% a mais do que os de renda mais baixa.


http://cimento.org/cimento-no-brasil/
http://www.unioeste.br/campi/cascavel/ccsa/VIISeminario/economia/artigo01.pdf
http://www.economiaemdia.com.br/EconomiaEmDia/pdf/infset_cimento.pdf
http://www.snic.org.br/pdf/presskit_snic_2013.pdf

domingo, 25 de outubro de 2015

3 - Produção de Cimento


Vamos falar agora de sobre o processo produtivo. A composição mais comum do cimento seria uma mistura de Óxido de cálcio (CaO), Sílica (Sio2), Alumina (Al2O3) e Óxido férrico (Fe2O3). Mas ao invés de entrar em detalhes dessa forma dessa vez iremos expor através de alguns vídeos e materiais produzidos pelas das grandes produtoras para o melhor assimilação do assunto. Vamos lá?

Fabricação de cimento - ITAMBÉ




Fabricação de cimento - PORTLAND





Esquema do processo de fabricação - Votorantim




Extra!!!

Vocês sabem o que é coprocessamento? A Vontorantim ensina pra a gente
"O coprocessamento é uma tecnologia que consiste na utilização de resíduos industriais e pneus inservíveis como substitutos de combustível e/ou matérias-primas não-renováveis usadas na fabricação do cimento - tais como calcário, argila e minério de ferro - em fábricas de cimento devidamente licenciadas para este fim. Ao mesmo tempo, é uma forma de destinação final de resíduos, eliminando diversos passivos ambientais. 

[...]Há mais de 20 anos, a Votorantim Cimentos realiza o coprocessamento de resíduos industriais nas suas fábricas de cimento, minimizando os impactos ambientais que esses materiais causam para a natureza. Desde então tem realizado investimentos para aprimorar esta tecnologia e já coprocessou mais de 3 milhões de toneladas de resíduos."

"O coprocessamento permite que sejam utilizados resíduos e pneus inservíveis nas etapas em que é necessária a utilização de matéria-prima e/ou combustível.A Votorantim Cimentos segue todos os procedimentos e normas internacionais para a prática do coprocessamento. Possui medidas rigorosas de controle e monitoramento ambiental, garantindo respeito ao meio ambiente, saúde e segurança para seus funcionários e para as pessoas que vivem ao redor de suas Unidades."



sábado, 24 de outubro de 2015

2 - Alguns marcos na história...


A Industria de cimento no Brasil surgiu quase que paralela a industria têxtil, e no ano de 1897 se deu a instalação da primeira fábrica de cimento no país, situada no estado de são paulo, a Usina Rodovalho. Usina esta, que acabou por trocar de mãos ao longo dos anos, e apresentava um caso de carreamento espontâneo de capitais de outros setores com serviços ociosos
Para a consolidação da industria de cimento haviam alguns obstáculos como:

  • O nível da dependência da presença das matérias primas, como calcário e argila, nas redondezas da fábrica;
  • As principais reservas eram longe dos consumidores principais;
  • No século XX o transporte ainda era pouco desenvolvidos logo os custos para o deslocamento do produto eram muito elevados.
A instalação industrial definitiva ocorreu somente em 1920 com a entrada da Companhia Brasileira de Cimento de Portland, CBCP, que possuía um controle acionário em sua grande parte canadense e com uma minoria de capitais nacionais. Sua instalação compõe um marco na história do ramo do país, já que até então todo o cimento consumido era importado por conta dos custos de instalação e mercado consumidor reduzido. Podemos dizer que a consolidação de fato se deu na década de 30, momento em que pela primeira vez se via o Brasil como auto-suficiente no ramo como CBCP, CNCP, e Votarantim controlando o mercado interno.
Podemos destacar algumas razões para o fortalecimento da industria no momento:

  • Urbanização e crescimento do mercado interno;
  • Entrada de capital e tecnologia estrangeira;
  • Investimento carreados de outros ramos do país;
  • Apoio socioeconômico gerado pela cultura do café a inúmeros negócios ligados a atividade primária.
Após a segunda guerra mundial o Brasil deu um salto em desenvolvimento industrial e infraestrutura, assim mudando definitivamente a face do país, deixando de ser nação eminentemente rural e agrária para ser uma sociedade urbana e industrial.
Os anos 60 não foram muito fáceis para o Brasil e sua economia, quanto mais para a industria de cimento por conta da crise e só veio a mudar no final da década sendo seguida pelo milagre econômico em 70; este vindo com o estímulo gigantesco para aumentar a capacidade produtiva e espalhar unidades pelo país , porém mais uma vez encontrou um obstáculo em seu caminho com a crise do petróleo.
Década de 80, época de recessão mundial, queda dos investimentos e de pouquíssima atividade civil até a chegada do plano real, que trouxe estabilização aumento do poder aquisitivo da população e impulsionou o mercado de cimento novamente para o topo.
A partir de 2004 a construção civil apresentou outro forte crescimento, contando com o marco regulatório da construção civil, o incentivo à construção imobiliária, crescimento de massa salarial, expansão do crédito, redução do juros entre outros.

Abaixo um gráfico que demonstra o comportamento do consumo de cimento ao longo de alguns períodos:


Mas e hoje?

Infelizmente mais uma vez é um período difícil para a industria. Além de problemas como a inflação atual e ajustes crescentes na taxa de juros, a industria demonstra uma queda na produção e no momento ocorre uma ação do Conselho de Administração e Defesa Econômica contra as grandes cimenteiras, devido a combinação de preços e violação da lei antitruste. Se a ação for bem sucedida isso irá fazer com que a industria Votarantim pague U$672 milhões; a Cimpor U$133 milhões; a Intercement Brasil U$ 108 milhões; a Itabira U$ 184 milhões; a Holcim U$227 milhões; e a Itambé U$ 40 milhões (Empresas essas que representam 75% do mercado brasileiro de cimento e concreto).



Fontes:

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

1 - Primeiramente...


Olá. Este primeiro post se trata de uma apresentação rápida de quem nós somos, o que estamos fazendo e o que iremos trabalhar aqui. Bom, a equipe responsável pela produção deste blog é composta por:
  • Andriano Cordeiro;
  • Elisabete Costa;
  • Pedro Marcos Otaviano;
Somos alunos de Cecília Lustosa da Universidade Federal de Alagoas, curso de ciências econômicas, e atualmente estudando economia industrial. Nos foi proposto como desafio e avaliação a criação de um blog; este em que iremos trabalhar com o assunto de sala por cima de uma industria trazendo informações requiridas e é claro alguns extras também.
Mas vocês não estão aqui para saber disso. Vocês querem conhecimento. Vocês querem saber, conhecimento sobre qual indústria iremos trazer. Bom senhoras e senhores podem parar de repetir, pois aqui falaremos da industria brasileira de cimento (Sinto muito pelo senso de Humor).

A Indústria Brasileira de cimento desempenha um importante papel tanto no cenário nacional quanto no internacional, ocupando 7ª posição entre os maiores produtores mundiais em 2011. O Parque industrial nacional de produção de cimento se caracteriza pelo avanço tecnológico, merecendo destaque e inclusive se comparando aos melhores do mundo. O impulso para esses avanços veio da automação do processo e da busca constante pela redução do consumo de energia térmica e elétrica.
O Cimento é um material diretamente ligado ao desenvolvimento da construção civil. representa o principal componente do concreto, material essencial para o desenvolvimento da infraestrutura do país, sendo utilizado para as construções de estradas, pontes, escolas, hospitais e etc.

Quer saber mais? Então bem vindo ao nosso blog Conhecimento Industrial. E calma, por que esse foi só o aquecimento.