4 - A Indústria...
Características
Bom, como sabemos o cimento é um produto de baixa substitutibilidade presente em todo tipo de construção e é o componente básico do concreto que é o material mais conhecido no planeta depois da água. Produto é homogêneo e com processo produtivo em evolução visando maior produtividade e redução dos custos. Mas quero destacar que por ser cimento as vezes pensamos que cimento é sempre igual, mas na verdade isso não é uma verdade absoluta, já que temos tipos diferentes de cimento de acordo com sua composição e sua finalidade. Temos:
- Cimento "Portland" comum = Que contém o clínquer e adição de gipsita (Gêsso). Costuma ser usado em construções civis leves;
- Cimento "Portland" Alto-Forno = Adição de 35% a 70%de escória granulada dos altos fornos das siderúrgicas. Utilizado em construções hidráulicas como portos;
- Cimento "Portland" pozolânico = Obtido adicionando-se 6%a 14% de cinzas volantes resultantes da queima de carvão em usinas termoelétricas. Usado em construções hidráulicas e oferecendo maior resistência;
- Cimento "Portland" branco = É utilizado para revestimento.
Não podemos falar de mercado sem falar também de Barreiras à Entrada, que seriam os fatores que impedem/tornam difícil a uma organização entrar e atuar num determinado mercado. As barreiras no mercado de cimento seriam:
Temos como característica da indústria de operar sempre em grandes escalas produtivas ( A escala mínima nas unidades industriais por volta de 2012 era em torno de 1 milhão de toneladas/Ano de capacidade instalada, com investimento de 200 a 300 milhões de dólares) e com grandes níveis de capacidade ociosa, além é claro do nível de especificidade de cada processo produtivo que acaba por exigir mão de obra altamente especializada. Outra de suas principais características é o fato de apresentar um caso de oligopólio natural por conta da existência de consideráveis barreiras a entrada e à saída da industria, por ser produto homogêneo e por ser altamente intensiva em capital, ficando restrito o mercado.
A indústria de cimento enfrenta alguns dos maiores desafios de logística por conta de o produto ser consumido o ano inteiro sem interrupções, o fato de ser ou ensacado ou vendido a granel ocupar muito espaço considerando o baixo valor e necessitar de estocagem em condições especiais já que é perecível, além de ser bastante onerado pelo transporte, sofrendo o impacto com os aumentos de combustíveis e outros derivados do petróleo; e também em caso de se ocorrer um aumento da demanda isso exigiria uma ampliação de toda a cadeia produtiva.
A indústria de cimento é considerada eletro intensiva pois mais da metade de seus custos são com energia.
O Mercado de cimento no Brasil atualmente é composto por 22 grupos de cimenteiras nacionais e estrangeiras, com 95 plantas produzindo, espalhadas pelas cinco regiões do Brasil. A capacidade instalada anunciada do país é cerca de 82 milhões de toneladas ao ano e estima-se que tenha ultrapassado os 96 milhões ao ano e pode chegar a 100 milhões até o final de 2016.
A seguir iremos mostrar dados sobre as plantas cimenteiras por grupo no Brasil adquiridos em cimento.org:
Nesta podemos ver os grupos com as maiores plantas cimenteiras no Brasil e destacamos que das 95 destas plantas 62 pertencem a apenas 4 dos grupos (Votorantim, Intercement, Nassau, Lafarge).
Impostos
"Os impostos diretos incidentes na comercialização de cimento são ICMS normal, ICMS por substituição tributária, PIS, COFINS, e considerando as vendas para distintos tipos de consumidores com e sem substituição tributária, correspondem ao total de 29,7% do total do preço do produto."
"Se analisarmos a carga tributária total, incluindo os impostos, taxas e contribuições federais, estaduais e municipais, destacados nos documentos, de aquisição de insumos, consumo e despesas gerais que fazem parte da estrutura de custo do cimento, a participação total dos tributos pode chegar até 39%."
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Consumidor Formiga
Consumidor formiga é o nome utilizado para referir a pessoas ou famílias que adquirem cimento diretamente para realizar uma obra, reformar a casa independente de sua renda. Em pesquisa feita pelo IBGE, a POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), foi mostrado que o nordeste possui a maior participação do consumidor individual no consumo aparente de cimento enquanto o centro-oeste demonstra menor participação, o que demonstra um maior grau de formalização nas construções da região. Em pesquisa foi dito que domicílios com renda inferior a 5 salários mínimos compraram cerca de 8,3% do cimento consumido no país, enquanto que famílias com renda superior a 5 salários mínimos 9,9% do consumo total. Os domicílios com renda inferior a 5 salários mínimos, que correspondem a 61,3% do total dos domicílios pesquisados, figuraram apenas 45,5% do consumo formiga, demonstrando que em termos per capita os de maior renda consomem 90% a mais do que os de renda mais baixa.
http://cimento.org/cimento-no-brasil/
http://www.unioeste.br/campi/cascavel/ccsa/VIISeminario/economia/artigo01.pdf
http://www.economiaemdia.com.br/EconomiaEmDia/pdf/infset_cimento.pdf
http://www.snic.org.br/pdf/presskit_snic_2013.pdf
http://cimento.org/cimento-no-brasil/
http://www.unioeste.br/campi/cascavel/ccsa/VIISeminario/economia/artigo01.pdf
http://www.economiaemdia.com.br/EconomiaEmDia/pdf/infset_cimento.pdf
http://www.snic.org.br/pdf/presskit_snic_2013.pdf